A Restauração De Israel

Teaching Legacy Letter
*First Published: 2002
*Last Updated: dezembro de 2025
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Foi em setembro de 2000 que, uma vez mais, decidi fixar residência em Israel, e desde essa altura é que tenho enfrentado alguns dos maiores desafios físicos da minha vida. Uma coisa não está independente da outra, acredite em mim. Quando se decide fazer alguma coisa em Israel para o Senhor, desencadeia-se muita oposição. Eu tenho tido mais diferentes espécies de doenças do que posso contar, entre as quais cancro, polimialgia reumática, e pneumonia dupla. Mas com a graça de Deus, tenho feito bons progressos.
Não pretendo vangloriar-me quando digo que não estou perturbado por uma crise aqui. Raramente estive em Israel quando não havia uma crise. Há certos versículos na Bíblia aos quais recorro em momentos como estes que gostaria de compartilhar consigo. Jeremias 31:10 diz:
“Ouvi a palavra do Senhor, ó nações,
Aqui Deus está a falar para as nações, não para Israel. Ele diz, com efeito: “Estou a planear restabelecer O Meu povo judeu na terra que lhes dei. Se procurarem dificultar e se se opuserem ao que estou a fazer, terei de vos tratar como os Meus inimigos.”
Isto é agora um facto da história. Aquele que espalhou [dispersou]a Israel o congregará, não irá apenas congregá-lo, mas está a congregá-lo. Lembre-se, aquelas palavras foram ditas bem há mais de dois mil anos. Mas descrevem precisamente a situação contemporânea em Israel. A linguagem usada é particularmente apropriada. O Hebraico usa apenas uma palavra para dizer “o congregará”, e essa palavra tem a mesma raiz de kibbutz. Um kibbutz é um tipo especial de comunidade que surgiu quando os judeus começaram a voltar a esta terra. Assim podíamos amplificar essa declaração, “Aquele que espalhou [dispersou] a Israel o congregá-lo-á em kibbutzim.” Este é um extraordinário exemplo da visão profética de Deus revelada nas Escrituras. Pessoalmente, não acredito que Israel tivesse sobrevivido aos últimos 54 anos sem o kibbutzim.
Onde quer que haja uma crise, a minha reação é reafirmar, “Ele que espalhou, dispersou Israel não irá simplesmente congregá-lo, mas está a congregá-lo e guardá-lo-á—ou protegê-lo-á” O uso da frase “guardá-lo-á [ou protegê-lo-á]” é indicativo de que vai haver um tempo de crise, não será uma situação normal ou pacífica. Então quando quem quer que seja liga para ouvir notícias e eu ouço acerca de outra crise, digo a mim mesmo, “Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará.”
Pessoalmente, não entro em pânico nesses tempos de crise. Eu procuro fazer uma avaliação realista e tomo precauções razoáveis. Mas isto não realça a minha convicção de que, “Aquele que espalhou a Israel o protegê-lo-á.”
A Oração Do Aflito
Em alturas de pressão, muitas vezes recorro ao Salmo 102. A nova versão de King James chama a este salmo “uma oração do aflito, quando está sobrecarregado e derrama a sua queixa perante o Senhor.” Certamente que é um grito de desespero, mas também contém algumas joias preciosas. Os primeiros dois versículos revelam um coração desesperado:
“SENHOR, ouve a minha oração,
Cá está uma pessoa desesperada que sabe que não tem quem o ajude a não ser Deus. Eu gosto da maneira como os salmistas são francos; não encobrem nada: “Se não escutas, Deus, eu não tenho outro tipo de ajuda. Estou no fundo do poço.” Então o salmista continua nos versículos três e quatro a descrever a sua lamentável condição:
“Porque os meus dias se consomem como a fumaça,
Esta é uma pessoa em desespero, que não consegue nem lembrar-se de comer e que continua a perder peso. O salmista continua com os versículos cinco até ao sete:
“Por causa da voz do meu gemido
O pelicano e a coruja são dois pássaros que raramente parecem felizes. E qual é o problema com aquele pardal? Está só. Ele perdeu a sua companheira.
Nos versículos oito até ao dez chegamos ao coração do problema:
“Os meus inimigos me afrontam todo o dia;
Para mim, esse é o núcleo do sofrimento do homem: “Tu me levantaste e me arremessaste. Elevaste-me. Deste-me notoriedade, e então puseste-me de lado.” Acredito que esta é a mais amarga declaração que alguém possa fazer.
Ao falar como um gentio, vejo isto como a raiz de agonia do povo judeu. Deus ergueu-os há 2400 anos. Naquele tempo, se quisesse saber a verdade acerca de Deus, a quem se dirigia? A um judeu. Se quisesse saber as formas de verdadeira adoração, a quem se dirigiria? A um judeu. Se quisesse encontrar Deus pessoalmente, para onde iria? Para Jerusalém.
Nós, gentios, dificilmente conseguimos identificarmo-nos com tudo o que o povo judeu tem passado. O salmista diz, “...me lançaste fora.” (Salmo 102:10)(NVI, Nova Versão Internacional). Como evidência, existe uma mesquita muçulmana onde antes existia o Templo.
Através da minha experiência em ministrar às pessoas que necessitam libertação de demónios, aprendi algo sobre as razões porque é que as pessoas sofrem. Aprendi que a mais difícil e dolorosa forma de sofrimento, é a rejeição. Rejeição é, creio, a ferida mais profunda do coração humano.
Na nossa sociedade de hoje estamos rodeados por pessoas que têm sido rejeitadas. Acredito que os seres humanos foram designados para encontrarem amor. Mas quando uma criancinha não encontra o amor do pai ou da mãe, aparece uma ferida profunda de rejeição. Depois disso, muitas outras feridas podem seguir-se. As pessoas andam continuamente em busca do amor. Mas onde encontram o oposto, o resultado é muitas vezes uma ferida desesperadamente profunda.
Acredito que a raiz do problema do povo judeu é a rejeição, e eles nem o sabem. Se alguma vez já lidou com uma pessoa rejeitada, saberá que muitas vezes tende a ser agressiva. Mas isso é apenas um disfarce. A verdade sobre o assunto, é que estão com saudades de serem amados. Esta é a verdade do povo judeu; estão desejosos de serem aceites.
O salmista diz, “... pois me levantaste e depois me lançaste fora.” (Salmos 102:10)(NVI). Eu podia referir-me a muitas outras passagens que dizem a mesma coisa acerca de Israel. Deus certamente os levantou/ergueu. Fez deles o chefe das nações, deu-lhes um lugar de proeminência—e depois Ele pô-los de parte! Ele não os pôs de parte para sempre, contudo, mas terá de ter fé para apoderar-se disto.
No versículo doze é onde encontramos esperança. Aqui está a resposta Bíblica para a rejeição:
“Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre,
“Mas Tu, Senhor.” Deixe de pensar em si próprio, nos seus problemas, sofrimentos, falhanços. Não encontra ajuda nisso. A única fonte de ajuda e socorro é o Senhor. Podem culpar outras pessoas pela vossa situação (o que pode ser perfeitamente correto), mas eles não têm solução para lhe oferecer. Só há uma solução: o Senhor—e Ele está sempre lá.
Um Tempo De Restauração
A nossa viagem pelo Salmo 102 tomou um rumo na direção certa. O salmista escolheu acreditar no amor e misericórdia de Deus. Versículo 13:
“Tu te levantarás e terás piedade de Sião;
A restauração atual do povo judeu é uma marca exclusiva da graça de Deus. No calendário de Deus, há um tempo definido para favorecer Sião. Eu acredito que estamos a viver nesse tempo agora ou estamos a aproximarmo-nos dele.
Há duas palavras naquele versículo que descrevem algo que nunca podemos ganhar/conquistar: graça e misericórdia. O mero facto de que precisamos misericórdia quer dizer que não a podemos ganhar/conquistar. Aqui, acredito, está um problema central com as pessoas religiosas como você e eu. Se não a podemos ganhar/conquistar, não a queremos. A maior parte de nós temos sido levados a pensar que a religião é algo a ganhar/conquistar. Se atingir certos padrões ou satisfizer alguns requisitos, terá alguns benefícios. Eu acredito que há um elemento disto na vida da fé, mas não é disso que estamos a falar. Não pode ganhar/conquistar favor, nem misericórdia. Por definição, esses não podem ser ganhos. Se precisa de misericórdia, quer dizer que não a conquistou.
Ao ministrar ao corpo de Cristo, descobri que muitos cristãos criticam Deus porque Ele está a restaurar o povo judeu—e eles acham que o povo judeu não o merece. Mas essa é a essência do favor: obter o que não merece. Um resultado desse modo de pensar é “a teologia da substituição,” que proclama que por causa dos judeus terem caído em desgraça com Deus, por defeito todas as suas promessas são agora para a igreja.
Por implicação, “a igreja” merece o favor de Deus. Mas isto deixa-me com um problema não resolvido. Em mais de sessenta anos de ministério, ainda tenho de descobrir uma igreja que realmente mereça o favor de Deus.
No versículo 16, o Salmo 102 leva a um clímax empolgante:
“Quando o Senhor edificar a Sião;
A versão de King James diz: Quando o Senhor reconstruir Sião, aparecerá na Sua glória.” A edificação de Sião é um dos sinais contemporâneos mais empolgantes e interessantes de que o Senhor está a preparar-se para voltar.
Salmo 102:18 diz, “Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao Senhor.” (ACF). Estava a partilhar este versículo com um amigo judeu, e ele fez o reparo que o Hebraico não diz: “a geração futura”, mas diz, “a última geração”. Então, isto foi escrito para a última geração.
Então do que está Deus à procura? Um povo para louvá-Lo, e se necessário Ele vai ter de criá-lo. Acredito que é exatamente isto o que Deus está presentemente a fazer, a criar um povo que Lhe oferecerá o Louvor que Ele merece. E nesse povo, haverá ambos judeus e gentios.
Código: TL-L034-100-POR









