O dicionário define bruxaria como sendo “a arte ou exercício de poderes mágicos, o efeito ou influência dos mesmos, um encanto/influência sedutor ou atraente.” A Palavra de Deus no que diz respeito a este assunto vai mais longe, identifica bruxaria como sendo a religião universal e primitiva da humanidade caída. Quando a raça humana se afastou de Deus em rebelião, o poder que passou a dominar foi a bruxaria. Grupos de pessoas diferentes praticam formas distintas de bruxaria, no entanto existem certos elementos que são comuns à maior parte deles.

Em muitas partes do mundo, a prática aberta de bruxaria tem continuado inalterável durante séculos. Em nações com historial cristão (principalmente no ocidente), a bruxaria tem-se adaptado à cultura e tem adquirido algumas formas especiais. Um propósito comum a todas as formas de bruxaria é o controlo. Sempre que qualquer atividade religiosa procura controlar outras pessoas, a influência da bruxaria está provavelmente em ação.

A prática primitiva de bruxaria contém normalmente um sacerdócio (o feiticeiro, o curandeiro, o shamam), um ritual ou liturgia (que pode tomar variadas formas), um sacrifício (animal ou humano), certas formas caraterísticas de ritmo (encantamento ou tambores), e algumas formas de aliança vinculativa aos participantes, de uns para com os outros e para qualquer ser que seja satânico, é o foco da atividade deles. Aqui a palavra pacto (neste caso ajuntamento de bruxos) é derivada da mesma raiz da palavra aliança.

Quatro objetivos principais na bruxaria:

  • Contentar/serenar com sacrifícios um ser espiritualmente mais elevado, muitas vezes visto como inconstante ou malévolo.
  • Controlar as forças da natureza, tais como chuva ou bom tempo para as colheitas.
  • Afastar doença ou infertilidade, como em África, onde quase todas as mulheres estéreis vão ao curandeiro para obterem uma poção ou amuleto.
  • Controlar os outros seres humanos, para aterrorizar os inimigos na batalha ou para produzir desejo sexual de uma pessoa para a outra.

Quatro Níveis De Bruxaria

A prática moderna de bruxaria contém os mesmos elementos. Opera pelo menos em quatro níveis:

1. Aberto/Público

Ao operar na sua verdadeira natureza, a bruxaria ensina as práticas de culto a satanás. A igreja de satanás tem o seu próprio sítio na Internet, o qual a apresenta, como uma igreja “respeitável”. Mas, aqueles que saíram das suas garras dir-lhe-ão que a cerimónia central satânica, é uma “missa negra” – uma paródia blasfémica da Ceia do Senhor. A motivação dominante é um ódio deliberado, consciente e uma rejeição a Jesus Cristo. É vital perceber que o principal inimigo da bruxaria não é o islão, o humanismo ou alguma religião oriental; é a igreja cristã.

2. “Oculto”

Os ajuntamentos de bruxaria geralmente acontecem à noite, para oferecerem sacrifícios e iniciarem novos membros. Um elemento central na prática da bruxaria é o sacrifício. Geralmente os sacrifícios são com pequenos animais de pequeno porte, (cães, gatos, ratos, etc.) mas por vezes também sacrificam vidas humanas. Não há qualquer dúvida: o deus da bruxaria é satanás! Os seus adeptos estão ligados a ele e uns aos outros por um pacto, através do qual comprometem-se ao secretismo absoluto no que diz respeito às suas atividades. O que atrai as pessoas para o satanismo? Creio que seja a oferta de poder sobrenatural. Uma vez convencidos do poder que adquiriram, os satanistas ficam muitas vezes atrevidos e agressivos.

Um amigo meu estava sentado num avião perto de uma mulher que recusou toda a comida que lhe foi servida. A mulher disse ao meu amigo que estava a jejuar e a orar.

“Eu também sou cristão.” Disse o meu amigo, “e por vezes também jejuo e oro.”

“Oh não!” replicou a mulher: “Eu não sou cristã, sou satânica.” Ela continuou a explicar que tinha dois objetivos principais nas suas orações: a dissolução de casamentos cristãos e a queda dos principais ministros cristãos.

Certa vez recebi uma carta de uma senhora do Texas que ouvia regularmente o meu programa de rádio. Ela contava que era uma feiticeira, disse ela, e que lhe tinha-lhe sido atribuída como tarefa uma determinada igreja, para plantar dúvidas e incredulidade nos corações e mentes dos cristãos novos ou fracos. Obteve sucesso ao afastar três dessas pessoas. Então ela escreveu, “Acredita que eu possa ser perdoada e possa receber salvação de Jesus?” Eu respondi que Deus é infinitamente misericordioso, mas mesmo assim poderia ser uma grande luta para ela ficar completamente livre, e encaminhei-a para um pastor local.

3. Quinta Coluna/Disfarçado

Há muitas formas de filosofia e religião que estão enraizadas na bruxaria. A operação da quinta coluna da bruxaria – as formas de funcionamento dentro do disfarce de prática aceite – está continuamente em expansão. Os estudos da Nova Era, da hipnose e acupunctura são algumas das muitas formas usadas pela feitiçaria para atrair pessoas inocentes para o território de satanás.

4. Um trabalho da Carne

Agora que já examinámos as três formas principais da bruxaria como força sobrenatural – a forma pública, a forma do oculto e a quinta coluna; temos de expor a raiz. É a operação menos conhecida, mas infiltra a sociedade e a Igreja.

Em Gálatas 5:19-21, Paulo faz uma lista de palavras da “carne” (“natureza pecadora”): “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (ACF, Almeida Corrigida Fiel)

A meio, menciona “idolatria e feitiçaria” ou “idolatria e bruxaria”. Esta natureza manifesta-se muitas vezes, mesmo na infância, através de esforços para controlar outras pessoas. Sentimo-nos seguros se conseguimos controlar os outros. Por outro lado, Deus nunca procura controlar-nos. Ele respeita a liberdade da vontade que deu a cada um de nós, embora nos mantenha responsáveis pela maneira como usamos essa liberdade.

Há três formas através das quais o desejo de controlar se expressa: manipulação, intimidação e domínio. O objetivo é dominar! As pessoas que reconhecem ser mais fracas, do que as que procuram controlar têm a tendência a manipular; as que se sentem mais fortes têm a tendência a intimidar. Mas o propósito final é o mesmo: dominar – ou seja, controlar os outros obrigando-os a obedecer em tudo o que nós queremos.

Muitas relações familiares retratam estas expressões. Um marido intimida a sua esposa com ataques de raiva ou até violência. Uma esposa manipula o seu marido com lágrimas e demonstração dos sentimentos feridos e muitas vezes fazendo-o sentir-se culpado pelos seus defeitos. Os pais frequentemente intimidam os seus filhos, mas os filhos podem tornar-se extremamente hábeis em manipular os pais.

A ferramenta principal da manipulação é a culpa. Uma mãe pode dizer ao seu filho, “se gostas mesmo de mim, vais à loja e trazes-me cigarros.” A criança aprende que se não responder da forma que a mãe quer, isto será visto como um sinal de que ela não a ama. Este tipo de controlo é claramente prejudicial para uma criança.

Não é de surpreender pois, que a bruxaria possa operar em ambas as direções. Quando uma mãe recebe convidados, o filho pode aproximar-se dela e pedir-lhe para ver na televisão, um dos programas proibidos. Ele sabe que os seus pais procuram protegê-lo de influências maldosas, sendo muito seletivos naquilo que o autorizam ver, mas calcula que ela não vai arriscar a deixar que as visitas presenciem o seu mau comportamento ao recusar-lhe o pedido em frente aos convidados.

Uma vez que aprendamos a reconhecer o desejo de controlar os outros, como força diabólica e manipulativa, veremos isso a ser praticado em diversas áreas. Na religião poderá ser a forma como um pregador faz apelos para uma oferta: “Deus mostrou-me que há dez pessoas aqui, esta noite, que darão, cada uma, mil euros.” Ou também poderá mostrar fotos de arrancar lágrimas com crianças a morrer de fome numa terra distante, e todas as pessoas que não responderem ao seu apelo irão ter sentimentos de culpa.

Na política, poderá ser de uma forma em que um candidato subtilmente apele ao preconceito racial a fim de ganhar votos. No mundo dos negócios é muitas vezes expressa através da publicidade, que leva as pessoas a quererem comprar o que não precisam e a comprarem o que não podem pagar. Em qualquer um dos casos, é diabólico.

Uma vez que reconheçamos esses dispositivos como disfarces de bruxaria, percebemos que na nossa cultura contemporânea estamos a ser expostos continuamente à sua pressão. Isto dá novo significado à declaração de Paulo em 2 Coríntios 4:4: “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos.” (ACF)

As pessoas que habitualmente usam manipulação ou intimidação para controlar os outros, ficam expostos à servidão e influência de um demónio de bruxaria. Se isto acontecer, serão incapazes de relacionarem-se com alguém sem recorrer a estas táticas. Já não será apenas a carne a reagir, mas um poder sobrenatural que pode trazer a quem quer que seja que estejam a controlar, para uma condição de escravidão espiritual.

Tenho visto este poder em ação entre mãe e filha. Uma mãe pode decidir que a sua filha deveria casar-se com um homem com determinados antecedentes raciais ou nível social. Então, se o homem que a filha escolher não corresponder aos critérios da mãe, o espírito de bruxaria na mãe, irá causar nela uma reação de tal maneira que poderá lançar uma maldição sobre a filha e o respetivo genro. A maldição pode ter sido só expressa por simples palavras como estas: “Ele nunca vos poderá sustentar.” Como resultado, o casal encontrar-se-á, constantemente em luta contra as pressões e frustrações, para as quais não encontram causa óbvia.

O demónio da bruxaria também pode atuar em muitas outras espécies de relacionamentos: um pastor pode procurar controlar membros do seu pessoal ou da sua congregação; um executivo de negócios pode intimidar os seus subordinados.

O Caminho Para A Saída

Pessoas que tenham participado em cultos satânicos e tenham exercido o poder de satanás, devem ser muito determinados se quiserem ser libertados. A luta espiritual para a libertação é muitas vezes muito intensa.

A experiência atual de libertação, contudo, não representa o fim do conflito. Uma pessoa que tenha feito um acordo consciente e sem reservas com satanás, ainda é considerado por ele como propriedade sua. Satanás procurará continuamente, restabelecer o seu controlo, usando todo o tipo de demónios sob o seu comando.

Uma Ex vítima de satanás vai precisar de muita ajuda de um grupo de crentes comprometidos para ficarem ao seu lado. Precisa aprender a resistir a todas as pressões, continuamente afirmando e reafirmando as Escrituras como garantia de libertação e vitória. Encontramos no próprio Jesus o exemplo que se deve seguir. De cada vez que Ele era abordado por satanás com uma tentação, Ele combatia com uma resposta de todo suficiente: “Está escrito...” (Mateus 4:1-11). Satanás não tem resposta para a Palavra escrita de Deus.

Quando uma pessoa foi escravizada por satanás, as paredes internas da sua personalidade foram quebradas. Após a libertação, e para reter a liberdade, as paredes protetoras devem ser reconstruídas. A afirmação apropriada das Escrituras, repetida continuamente, gradualmente vai reconstruir as paredes.

Uma vez que estejam firmemente no seu lugar, as pressões satânicas diminuirão gradualmente e eventualmente cessarão. Satanás é demasiado esperto para mandar as suas tropas para uma batalha, que sabe que não consegue vencer.

Como podem as pessoas protegerem-se da deceção/engano? Há apenas uma porta para entrar no Reino de Deus: Jesus, que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). Aqueles que entram no reino do sobrenatural por outra porta encontram-se no reino das trevas, não no da luz.

Também há apenas um padrão absoluto da verdade. Em João 17:17 Jesus diz ao Pai, “A Tua palavra é a verdade.” Tudo o que não esteja em harmonia com a Bíblia, é errado. Por esta razão é importante que nós estudemos as verdades básicas e os princípios da Bíblia, de modo que estejamos sempre preparados para nos protegermos contra o engano.

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