A Raiz Do Antissemitismo

Derek Prince
*First Published: 1995
*Last Updated: dezembro de 2025
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Um historiador Católico Romano deu um breve, mas vívido resumo de 2.300 anos de antissemitismo contínuo:
À medida que o historiador do antissemitismo olha para trás para os milénios de horrores que ele tem registado, surge uma conclusão inevitável: O antissemitismo é o ódio da história humana mais longo e profundo. Outros ódios podem tê-lo ultrapassado em intensidade por algum momento histórico, mas todos por sua vez assumiram – ou começam a assumir agora – o seu devido lugar no caixote do lixo da história.
Que outro ódio durou uns vinte e três séculos e sobreviveu a um genocídio de 6.000.000 de vítimas no seu vigésimo terceiro século de existência só para se encontrar ainda intacto e rico em potencial por muitos mais anos de vida? A grande magnitude do registo, visto como um todo, clama por explicação. Como foi que esta combinação de ódio eterno e opressão surgiu? O que é essencial? Quem ou o quê foi responsável por isso?
O autor continua a oferecer a sua própria explicação do antissemitismo. As suas observações são esclarecedoras e úteis, mas na minha opinião não providenciam uma explicação adequada. Através dos anos tenho ouvido explicações sobre o antissemitismo, que representavam uma variedade de diferentes abordagens: teológica, filosófica, sociológica, económica. Mas nenhuma me pareceu adequada. Em 1946, discuti esta questão com o meu primeiro professor de Hebraico, Mr. Ben Zion Segal, que era o secretário da recém-criada Universidade Hebraica – localizada na altura, no Monte Scopus, Jerusalém. Mr. Segal acreditava que o problema do antissemitismo era basicamente social. Os judeus eram sempre uma minoria alienígena com uma cultura distinta, deles próprios, sem harmonia com a cultura das nações gentias que os abrigou. Uma vez que os judeus adquiriram um estado próprio – o que aconteceu dois anos mais tarde – isto iria resolver a causa básica do antissemitismo.
Over the years I have heard explanations of anti-Semitism representing a variety of different approaches: theological, philosophical, sociological, economic. But none ever seemed adequate. In 1946 I discussed this question with my first Hebrew teacher, Mr. Ben Zion Segal, who was the secretary of the newly established Hebrew University—located at the time on Mount Scopus, Jerusalem. Mr. Segal believed that the problem of anti-Semitism was basically sociological: the Jews were always an alien minority with a distinctive culture of their own, out of harmony with the culture of the Gentile nations that harbored them. Once the Jews got a state of their own which happened two years later this would resolve the basic cause of anti-Semitism.
A isto eu respondo: “Se estiver correto que a causa básica do antissemitismo é sociológica, então o estabelecimento de um estado judeu, terá de percorrer um longo caminho em direção à resolução do problema. Mas se – como eu penso – a causa básica é espiritual, o estabelecimento de um estado judeu não resolverá o problema, mas irá intensificá-lo, ao fornecer-lhe um foco evidente: o recém- formado estado judeu.” Olhando agora para trás cerca de 50 anos, devo dizer – pesarosamente – que acredito que a história provou que estava certo. O estabelecimento do estado de Israel apenas providenciou um nome mais “politicamente correto” – “antisionismo” em lugar de “antissemitismo”. A virulência aumentou. Aida que eu estivesse certo ao identificar a causa básica do antissemitismo como sendo espiritual, senti que não tinha exposto, a raiz. Bastante recentemente, contudo, sem qualquer procura consciente da minha parte, recebi dois lampejos sucessivos de inspiração das Escrituras, que acredito terem delineado o antissemitismo até à sua raiz.
Enquanto eu estava a pregar na nossa igreja local em Jerusalém, inesperadamente ouvi-me a dizer, “O antissemitismo pode resumir-se numa só palavra – MESSIAS!” Naquele momento compreendi que, desde o seu princípio, o antissemitismo tinha uma fonte – satanás – que era motivada pelo conhecimento de que Aquele que estava para ser o seu conquistador, o Messias, viria através de um povo que seria preparado especialmente por Deus. Este povo teria uma característica distintiva: o Messias seria capaz de estabelecer um exemplo de obediência aos seus pais terrenos sem desonrar o seu Pai celestial sem nenhuma forma de idolatria. Moldado por Deus durante muitos séculos, o povo judeu sozinho, cumpriu este requisito.
Então vi como, desde o nascimento de Israel como uma nação, em diante, satanás, incessantemente, procurou fazer duas coisas: seduzi-los à idolatria, e se isso falhasse, destruí-los completamente, como nação. As tentativas de satanás de seduzir Israel à idolatria, são características recorrentes da sua história nacional.
A história também regista duas tentativas de satanás de destruir Israel como nação. No Egito, o Faraó ordenou a morte de todos os seus bebés do sexo masculino. Se isto tivesse sido realizado, efetivamente teria acabado a sua existência como nação. Mais tarde, Haman chegou muito perto de fazer um decreto para a exterminação de todos os judeus no império persa – que na realidade eram todos os judeus vivos na altura. No século II A.C. Antíoco Epiphane, o ditador da Síria, tentou por força das armas levar os judeus a renunciarem ao seu único destino como nação e imergir na cultura da idolatria do império grego à sua volta. Só a resistência corajosa dos Macabeus, fez falhar a sua tentativa e assegurou que um século e meio depois houvesse uma nação judia para a qual Jesus podia nascer como Messias.
Pela sua morte sacrificial na cruz Jesus completou o propósito para o qual ele veio. Como representante de Israel e de todas as nações, Ele satisfez todos os requisitos da justiça de Deus em nosso favor, e assim cancelou todas as reivindicações de satanás contra nós. Com isto Ele impôs sobre satanás, uma derrota eterna, e irrevogável. A manifestação plena desta derrota, contudo, só se consumará na segunda vinda de Jesus. Satanás, que presta mais atenção às profecias bíblicas do que muitos pregadores, está ciente de tudo isto. Até que Jesus volte, satanás sabe que estará livre para continuar com todas as suas atividades diabólicas e para se apresentar como o “deus deste século” (2 Coríntios 4:4).
Há, contudo, um acontecimento que satanás teme mais do que a todos os outros e ao qual se opõe com todos os meios ao seu alcance: o regresso de Jesus em poder e glória para estabelecer o Seu Reino e para banir satanás da terra. A oposição de satanás ao regresso de Jesus é a força invisível que está por detrás de muitos dos conflitos e pressões da situação do mundo contemporâneo.
Nos seus discursos finais em Jerusalém, Jesus identificou dois eventos que devem preceder o Seu regresso à terra. Em Mateus 24:14 Ele disse:
“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (ACF, Almeida Corrigida Fiel)
No fim do Seu ministério terreno, Jesus deu aos Seus discípulos uma ordem explícita: “... Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura...” (Marcos 16:15)(ACF).
“... Ide fazei discípulos de todas as nações...” (Mateus 28:19)(ACF).
Jesus nunca cancelou esta ordem. Ainda está em vigor. Ele não voltará até que os Seus discípulos o tenham realizado. Satanás, portanto, usa todos os meios ao seu alcance para dissuadir a igreja de completar as suas tarefas. Quanto mais tempo a igreja se demora, mais tempo satanás fica em liberdade.
Contudo, previamente, Jesus, em Mateus 23:38-39, tinha dito aos judeus em Jerusalém, “Eis aí abandonada vos é a vossa casa [o templo]. Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.” (ARIB, Almeida Revisada Imprensa Bíblica)
A forma como Jesus irá preparar os corações dos judeus para isto, está prevista em Zacarias 12:10: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” (ACF). Repare que o próprio Senhor fala na primeira pessoa, Ele diz: “... e olharão paramim, a quem traspassaram...”
O Espírito Santo irá mover-se sobrenaturalmente sobre os corações dos judeus para trazer uma revelação do seu Messias e arrependimento angustiado por O terem rejeitado e crucificado. Vejam, contudo, que esta descrição se refere especificamente à “casa de David e aos habitantes de Jerusalém.” A restauração dos judeus para sua própria terra e para cidade de Jerusalém é um preliminar essencial. Até que isto aconteça, a derrota de satanás não será definitivamente consumada.
Esta, então, é a segunda condição que deve ser cumprida antes do regresso de Jesus: Os judeus têm de se reagrupar na sua terra e na cidade de Jerusalém, e os seus corações têm de estar preparados para reconhecerem Jesus como o Messias. Tão verdadeiro é, Jesus ter vindo uma primeira vez através dos judeus, como é, Ele voltar uma segunda vez para os judeus.
Esta visão deu-me uma compreensão completamente nova do furor e confusão em todo o mundo, no que diz respeito à situação aqui em Israel. O que mais poderia explicar o foco quase diário dos meios de comunicação social, mundialmente, das Nações Unidas, e dos governos mais poderosos do mundo, sobre uma estreita faixa de terra no fim do Mediterrâneo oriental, com uma população de cinco milhões e uma área com o tamanho semelhante a Gales ou ao estado de New Hampshire? Não há explicação normal ou política para tal concentração de forças mundiais sobre uma situação e um povo que normalmente seria considerado insignificante.
Também compreendi com uma perspetiva diferente, a revelação clara de Joel 3.1-2, que no fim desta era, Deus julgará todas as nações com base nas suas atitudes para com o reagrupamento de Israel na sua própria terra:
“Pois eis que naqueles dias, e naquele tempo,
As implicações destas revelações são de longo alcance e assustadoras. A nossa atitude para com o regresso de Jesus é revelada por duas coisas: a nossa preocupação para com a evangelização do mundo e para com o restabelecimento dos judeus na sua própria terra. Se formos indiferentes à evangelização mundial, somos, então – quer reconhecêssemos quer não – indiferentes ao regresso de Jesus.
Provavelmente há muitos cristãos que pelo menos da boca dariam importância à urgência do evangelismo mundial, mas que ainda estão cegos no que diz respeito a importância / o significado de restauração de Israel. No entanto ambos são temas principais das Escrituras proféticas e das palavras do próprio Jesus.
A questão da restauração de Israel vai muito mais fundo do que a teologia ou a compreensão intelectual. No final de contas é espiritual. O espírito que se opõe ao restabelecimento de Israel é o mesmo espírito que se opõe ao regresso de Jesus. Embora possa usar muitos disfarces, é o espírito do próprio satanás.
Ao encararmos estas questões claras das Escrituras, cada um de nós necessita de pôr a si próprio uma questão decisiva: Eu, sinceramente, estou empenhado em apoiar, por todos os meios legítimos, a tarefa de evangelização mundial e o restabelecimento de Israel como uma nação na sua própria terra? A resposta que dermos revelará a nossa atitude perante a vinda de Jesus.
Código: TL-L008-100-POR